28.11.08

A morte virtual

No mesmo dia em que vejo o título de uma notícia que refere «robôs quase humanos» vejo outra que fala numa professora agredida a murro e a pontapé por um aluno de dezasseis anos. Fosse um caso e já era mau. Não é. Houvesse possibilidade de controlar a situação, mas não há. A violência doméstica, escolar, nas ruas está disseminada. A violência banalizou-se. As mesmas pessoas que se impressionam com os mortos em Bombaim que lhes chegam nos noticiários da TV assistem impávidas a cenas de mortandade sanguinolenta todas as noites na mesma TV e dormem refasteladas. Há um ponto em que a morte real e a morte virtual se confundem. Os pilotos de bombardeiros sabem isso. Os alvos são apenas pontos num écran. A dor não é um dado e a destruição de vidas é um número.