20.1.08

Piadas fedorentas

Houve tempos em que havia temas que eram objecto de recato, um deles as convicções religiosas. Não que a Literatura não haja denunciado o abuso do pároco, a licenciosidade clerical, a falsa devoção de sacristia, o frei glutão. Mas fazia-o em nome do respeito à fé alheia, para que se não ofendesse a intimidade das convicções, em nome do perfeito, do justo, do divino. A seriedade do sagrado era o limite à ironia do profano.
Há pouco vi uma palhaçada ridícula no canal público de televisão de achincalhamento grosseiro, inútil, desnecessário e vil a Ordens Religiosas. Chamava-se «E tudo o convento levou».
O Ocidente está no seu estretor. Passado o Mediterrâneo, esse antigo lago romano, há quem dê a vida pela fé. A vida própria e a dos outros.
Aqui confundimos alarvice com piada, boçalidade com humor. Isto no canal do serviço público, o tal canal.