24.9.07

Ao passar pelo DCIAP, um susto!

Hoje pela hora do jantar, ao subir a Rua Alexandre Herculano, passado o SIS, onde se vê quem, sendo secreto é topado a entrar, e querendo ser discreto é surpreendido a sair, estando já no topo da rua, antes de chegar ao célebre Chafariz dos tiroteios revoltosos, ainda sem a sede do Partido que está no poder à vista, no passeio oposto à escondida sinagoga, eis uma série de carros de exteriores das televisões, de parabólicas em riste.
Como é ali o DCIAP, dei um salto. Pronto! Acabou de vez o segredo de justiça, pensei: agora os processos criminais estão a ser transmitidos em directo e ao vivo, qual reality show, os procuradores e os defensores, os arguidos e as vítimas num verdadeiro prós e contras, a audiência - porque não? - num jogo de apostas sobre quem sai acusado ou se livra com um arquivamento, os comentadores do costume - os que têm opinião sobre tudo o que há neste mundo terreste, aquático, subterrâneo e inter-galáctico - a botarem sentenças.
Intrigado, liguei a rádio, até por haver um magote de jornalistas à porta: falavam num recurso de uma condenação. Os meus piores augúrios, por um momento, pareciam confirmar-se.
Mas não, afinal era ali mesmo, mas na Federação Portuguesa de Futebol, que partilha com o DCIAP a porta do lado. Gilberto Madaíl falava sobre Luis Felipe Scolari. Portugal futebolístico apoiava o recurso do Filipão.
Vá lá. Desta, a culpa não é do Código de Processo Penal, sou eu que já ando a ver atrás de cada folha da floresta jurídica uma cascavel.