12.8.06

Compre um saco, oferecemos o jornal

Eu sinto que o «Expresso» anda angustiado por causa do «Sol». Eu também, mas por causa do sol dardejante deste Verão. Mas este sábado o «Expresso» foi notícia aqui na praia. Devido a um erro da distribuidora, tinham vindo sacos de plástico a menos para os jornais que foram entregues. Foi o desapontamento geral. Entre o macambúzio velhote magriçela de desencanto, a perguntar-se silencioso com que é que ia forrar logo o caixote do lixo lá de casa, à anafada senhora, de cesta lancheira num braço, mala frigorífica noutro, a bolsa dos cremes ao pescoço apoiada no farto seio, o guarda-sol de praia filado nos dentes, a deixar cair suplementos, encartes, desdobráveis e tarjetas, havia de tudo. «Se é assim, compro noutro lado!», ameaçou uma loira postiça, com refegos nas pernas e cãozinho à ilharga. Acho que o povo tem razão. Isto quanto ao «Expresso» já não há saco que aguente.